Consequência da crise financeira mundial, o ano de 2009 deve ser marcado por uma grande instabilidade no que diz respeito ao número de empregos no país. Os índices de janeiro somente virão a público em meados deste mês, mas trarão, de modo mais realista, o cenário que teremos pelo menos nos próximos meses. E que não deverá ser nada fácil, o que dá uma importância ainda maior ao processo de qualificação de mão-de-obra como diferencial para conseguir uma vaga.
Enquanto os primeiros números do ano não surgem, os divulgados recentemente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram-se contraditórios com os do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) - ambos com foco na taxa de desemprego em dezembro de 2008. Enquanto a pesquisa do Ministério do Trabalho apontou o índice mais alto da história do país - com quase 655 mil demissões, o IBGE registrou redução do nível de desocupação, com uma taxa de 6,8%, a menor desde março de 2002.
As diferenças se dão por conta da metodologia aplicada em cada pesquisa. Os números do Caged têm como base as informações sobre contratações e demissões de um determinado período, enviadas pelas próprias empresas, somente de trabalhadores com carteira assinada. Já a Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE, além de focar apenas dados das seis principais capitais do Brasil (São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Recife e Porto Alegre), é realizada através de entrevistas em determinados domicílios, contabilizando somente as pessoas que estão fora do mercado de trabalho, mas que estão procurando ou que procuraram emprego no período em que foi feito o levantamento (entre 30 de novembro e 26 de dezembro). Vale alertar que nessa época, às vésperas das festas de final de ano, a procura realmente diminui. Assim, é evidente que a "queda do desemprego" apontada pelo IBGE foi resultado da baixa de procura nesse período.
Divergências numéricas à parte, é incontestável a afirmação de que, neste ano, a instabilidade econômica mundial trará conseqüências para os níveis de emprego nos mais variados setores. Segmentos como a indústria, agricultura, construção civil e o de serviços, que já foram afetados no último trimestre de 2008, continuarão em ritmo desacelerado de contratações.
Com menos vagas, a batalha por uma colocação aumenta e, com a concorrência, destacam-se os trabalhadores com diferencial. Nesse sentido, a qualificação contará cada vez mais como vantagem na busca e até mesmo na preservação de um posto de trabalho.
A capacitação constante é fundamental, não importando o tempo de trabalho do profissional nem o setor de economia no qual atua. De agora em diante, ela será usada como fator determinante na batalha pelo sucesso profissional.
O Sistema S, com entidades como o Senai, Sesi, Sesc e Sebrae, entre outras, pode auxiliar nesse processo de atualização, com treinamentos e diversos cursos profissionalizantes. Vale buscar mais informações nos respectivos sites. Em tempos de crise, como a que o mundo vive hoje, tal iniciativa pode fazer a diferença entre o prosperar ou tornar-se mais um triste número dessa realidade nacional (e internacional).
(IT Careers - Convergência Digital
:: Por Milton Dallari* )
*Milton Dallari é diretor administrativo e financeiro do Sebrae-SP e conselheiro da Associação dos Aposentados da Fundação Cesp
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