segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Como funcionam os bloqueadores de celular ?

Os bloqueadores de celular são aparelhos que têm a capacidade de impedir que uma região ou área consigam receber ou fazer qualquer ligação através do sistema de telefonia celular. Como funcionam estes bloqueadores? É o que vamos descobrir neste artigo.

Alessandro F. Cunha

Quantas vezes você já esteve no cinema e, no meio da melhor cena, um celular quebra todo o ‘clímax’ ? E durante uma palestra? Nas salas de aula, em Faculdades, colégios e até escolas do ensino fundamental? No teatro, atrapalhando a concentração dos atores e fazendo crescer as vaias do público? Sem contar os problemas causados pelo uso destes aparelhos dentro dos presídios.
Muito se tem discutido sobre o bloqueio dos telefones celulares. Operadoras tiveram que tomar medidas emergenciais, como o desligamento de centrais celulares, causando transtorno à população de regiões inteiras, e não apenas das áreas a serem bloqueadas. Mas, como funcionam os bloqueadores de celular ?

1.Nível de sinal e mensagens – A Alma do sistema celular


Antes de saber como bloquear um telefone celular é necessário conhecer dois princípios básicos de seu funcionamento: a troca de mensagens entre a central e o aparelho celular, e a relação entre o sinal recebido e o ruído do ambiente onde o telefone está.

Para fazer uma chamada, é preciso discar um número e em seguida pressionar a tecla SEND. Ao fazer isso, o telefone coloca este número em uma mensagem, faz a modulação em uma freqüência específica e transmite o sinal para a estação celular mais próxima do aparelho. Para efetuar as conexões necessárias e conseguir completar a chamada, a estação deve receber o sinal enviado, conseguir demodular a mensagem e “ler” o número que o terminal deseja chamar.

Para receber uma chamada, é necessário que o sistema celular saiba qual a estação mais próxima do telefone. Para isso, todos os aparelhos celulares ficam sintonizando um canal específico, enviado por todas as estações do sistema, que contém as informações das chamadas (geralmente um canal de paging). Todos os terminais recebem as informações de todas as chamadas do sistema. Mas só conseguem ler as direcionadas ao seu aparelho, devido aos diferentes números de série de cada telefone.

Mesmo para uma conexão com a internet, serviço que algumas redes digitais permitem fazer, também é necessária a troca de mensagens. A transmissão de dados, voz ou mensagens são feitas em freqüências diferentes para a estação e para o celular, deixando um espaçamento que evita interferências entre ambas.

Para conseguir decodificar as mensagens que são moduladas, o telefone e a estação celular devem receber um nível de sinal mínimo, que, quando comparado com o ruído do ambiente, fornece uma relação mínima de sinal por ruído.

O ruído é a soma de todos os sinais de RF presentes naquela freqüência. Se a relação sinal/ruído for muito ruim, mesmo que a estação ou o telefone aumentem a sua potência de transmissão, não será possível “ouvir” as mensagens trocadas, ou seja, demodular todas as informações trocadas. Sendo mais direto: caso o nível de ruído seja muito grande, não será possível estabelecer comunicação entre a estação e o terminal celular, mesmo que ambos transmitam em alta potência. A relação sinal/ruído, típica, para cada uma das tecnologias celulares existentes é mostrada na tabela 1.


Tabela 1 – Relação entre o sinal (desejável) e o ruído (indesejável) em cada tecnologia celular.
Para um projeto de sistema celular, o mais desejável é manter o ruído afastado, seja pelo controle da potência de outras estações, pela limpeza de espectro de fontes interferentes ou qualquer outra ação de otimização.

Para bloquear as chamadas celulares, o que se deseja é exatamente o oposto: sujar o espectro, exatamente nas freqüências utilizadas para a troca de mensagens entre os aparelhos e a estação celular, de modo que seja impossível a comunicação.

Toda conversa entre a estação e o telefone celular é feita com respostas ao recebimento de mensagens, de ambos os lados. A estação envia uma mensagem para o celular e fica aguardando que o telefone responda o recebimento da mesma. O celular envia uma mensagem para a estação e fica esperando a resposta de recebimento correto da mensagem, para só então passar para a ação seguinte.

Caso as respostas de confirmação não sejam recebidas, tanto o celular quanto a estação aumentam a potência de transmissão (até um certo limite), como se tentassem “falar mais alto”, para serem “ouvidos”. Isto terá duas conseqüências:

- Aumentar a potência é gastar mais energia da bateria do celular, fazendo com que ele fique menos tempo ligado;

- Para bloquear o sistema, não é necessário interferir na freqüência do celular. Como a estação e o celular transmitem em freqüências diferentes, basta interferir na freqüência da estação, pois se não houver resposta às solicitações do celular, a comunicação não será estabelecida.

Em cada tecnologia celular, freqüências, canais e mensagens trocadas para viabilizar a conversação são diferentes. Mas, basicamente, o conceito apresentado é o mesmo para todas. Uma comparação entre as tecnologias é mostrada na figura 1.


Figura 1 - Comparação entre as larguras de canal de cada tecnologia celular.


1.1.AMPS e TDMA – Analógico

Ainda existem no Brasil algumas regiões com canais analógicos em funcionamento. Sua função principal é fazer falar os celulares que saem de uma região atendida por uma tecnologia digital para outra região onde esta tecnologia não está implantada. As áreas de atendimento de cada tecnologia são ilustradas na tabela 4, mais adiante.

Isto significa dizer que, caso o terminal digital não encontre o sinal digital irradiado, poderá migrar para o sistema analógico AMPS ou TDMA e, caso encontre sinal nesta freqüência, começará a utilizar esta tecnologia.

Nos sistemas analógicos, toda a comunicação entre o aparelho e a estação celular se inicia pelo canal de controle, que tem largura de 30 kHz, onde são trocadas as mensagens. Independente da banda de atuação, são designados 21 canais de controle (CCH) para todo o sistema AMPS e outros 21 canais de controle (DCCH) para todo o sistema TDMA, ocupando uma faixa de freqüência de 630 kHz para cada tecnologia.

Caso a tecnologia esteja na Banda A, independente de ser AMPS ou TDMA, estes canais serão transmitidos pelas estações na freqüência de 879,39 MHz até 879,99 MHz. Se estiver na Banda B, são transmitidos pelas estações na freqüência de 880,20 MHz até 880,62 MHz. Para o funcionamento de redes analógicas, a ANATEL permite apenas o uso destas freqüências, como pode ser visto na Resolução 376, de 2 de setembro de 2004.

Note que as duas faixas de freqüência para os canais de controle são contínuas, com uma largura total de 1260 kHz, iniciando na freqüência 879,39 MHz e terminando na freqüência 880,62 MHz.

1.2.GSM – Digital

A largura dos canais do sistema GSM é de 200 kHz. Não há uma freqüência pré-determinada para cada atividade a ser feita pela estação e pelo telefone celular, como no caso dos sistemas analógicos. Existe apenas a necessidade de ter canais exclusivos para o controle do sistema (BCCH) e canais para trafegar voz e dados (TCH). Cada operadora, de acordo com seu projeto de rede celular, feito pelo Departamento de Engenharia de RF, determina uma quantidade de canais responsáveis por fazer a troca de mensagens e controle do sistema (BCCH), e quantos canais serão dedicados para trafegar as informações, seja voz ou dados (TCH).

A quantidade necessária dependerá do número de terminais que existem em uma determinada região. Locais com grande densidade de telefones (centros urbanos, por exemplo) vão necessitar de mais canais de tráfego e de controle.

Nos sistemas analógicos, toda a comunicação entre o aparelho e a estação celular se inicia pelo canal de controle, que tem largura de 30 kHz, onde são trocadas as mensagens. Independente da banda de atuação, são designados 21 canais de controle (CCH) para todo o sistema AMPS e outros 21 canais de controle (DCCH) para todo o sistema TDMA, ocupando uma faixa de freqüência de 630 kHz para cada tecnologia.

Caso a tecnologia esteja na Banda A, independente de ser AMPS ou TDMA, estes canais serão transmitidos pelas estações na freqüência de 879,39 MHz até 879,99 MHz. Se estiver na Banda B, são transmitidos pelas estações na freqüência de 880,20 MHz até 880,62 MHz. Para o funcionamento de redes analógicas, a ANATEL permite apenas o uso destas freqüências, como pode ser visto na Resolução 376, de 2 de setembro de 2004.

Note que as duas faixas de freqüência para os canais de controle são contínuas, com uma largura total de 1260 kHz, iniciando na freqüência 879,39 MHz e terminando na freqüência 880,62 MHz.

1.2.GSM – Digital

A largura dos canais do sistema GSM é de 200 kHz. Não há uma freqüência pré-determinada para cada atividade a ser feita pela estação e pelo telefone celular, como no caso dos sistemas analógicos. Existe apenas a necessidade de ter canais exclusivos para o controle do sistema (BCCH) e canais para trafegar voz e dados (TCH). Cada operadora, de acordo com seu projeto de rede celular, feito pelo Departamento de Engenharia de RF, determina uma quantidade de canais responsáveis por fazer a troca de mensagens e controle do sistema (BCCH), e quantos canais serão dedicados para trafegar as informações, seja voz ou dados (TCH).

A quantidade necessária dependerá do número de terminais que existem em uma determinada região. Locais com grande densidade de telefones (centros urbanos, por exemplo) vão necessitar de mais canais de tráfego e de controle.

Para ampliar a capacidade do sistema e fazer a distinção entre usuários que apenas fazem chamadas de voz dos que fazem chamadas de voz e dados, são usadas portadoras diferentes no sistema. Cada portadora ocupa uma largura de 1250 kHz no espectro, e tem uma freqüência central bem definida.

Uma interferência ou ruído com 200 kHz de largura, na freqüência central de cada portadora do sistema, degrada a relação sinal/ruído, impedindo a decodificação do sinal espalhado, e por conseqüência, evitando a comunicação entre o celular e a estação.

2.Técnicas de Bloqueio

As duas técnicas mais empregadas para o bloqueio são a Gaiola de Faraday e os Geradores de Interferências. Estas são as técnicas com menor custo de implantação e que precisam de equipamentos menos complexos.

Existem outras técnicas para o bloqueio, como filtro de mensagens nas centrais telefônicas, intervenção de mensagens no sinal de RF ou detecção de mensagens. Mas estas técnicas exigem equipamentos muito mais complexos e a necessidade de instalação de softwares específicos dentro das centrais, o que gera custo alto, inviabilizando sua instalação.

Vejamos as duas técnicas mais comuns.

2.1.Gaiola de Faraday


Michael Faraday (1791 – 1867), físico notável, conseguiu provar através de uma aplicação prática, a Lei de Gauss, uma das quatro Equações de Maxwell, que condutores eletrizam-se apenas em sua superfície. Assim, caso um campo eletromagnético incida sobre uma superfície condutora (chapa de metal, por exemplo), a energia será dissipada na superfície e não será transmitida.

Cria-se, então, um “escudo” contra a propagação de ondas eletromagnéticas. O próprio Faraday fez um teste em 1836, montando uma gaiola metálica e provando que todo campo eletromagnético gerado em seu interior não podia ser recebido na parte externa. Campos gerados externamente também não podiam ser recebidos na parte interna. O bloqueio das ondas eletromagnéticas estava provado. Esta experiência pode ser vista na figura 2.


Figura 2 - Funcionamento de uma Gaiola de Faraday.

Para garantir que um sinal emitido por uma estação celular não seja recebido por um aparelho, uma tela de metal deve envolver toda a área ao redor do telefone a ser bloqueado. Portas, janelas, dutos de ventilação ou qualquer outra abertura existente pode “furar” a gaiola, e permitir que uma parcela do sinal transmitido chegue ao terminal, possibilitando a comunicação.

Não há a necessidade que seja uma chapa maciça. Podem existir furos, como na tela de um galinheiro, desde que a abertura dos alvéolos desta tela seja menor que o comprimento de onda da maior freqüência que se deseja bloquear, o que para a faixa de celular é em torno de 1900 MHz.

A grande vantagem da Gaiola de Faraday é que com apenas um dispositivo, projetado para a freqüência mais alta, toda e qualquer transmissão eletromagnética feita em freqüências mais baixas, independente da tecnologia ou meio de transmissão adotado, será barrada automaticamente.

A desvantagem desta técnica aparece quando é preciso bloquear grandes ambientes, dada a dificuldade de construção física. Como deve-se blindar toda a área onde não se deseja o uso de celular, caso existam furos na Gaiola, que permitem a passagem de porções do sinal, algumas chamadas poderão ser completadas.

2.2.Geradores de interferência

Como a comunicação entre os celulares e as estações depende da troca de mensagens e da relação entre o nível de sinal recebido e o ruído do ambiente, foram desenvolvidos os geradores de interferência.

Estes equipamentos são muito simples, eletronicamente falando. Seu painel possui apenas uma chave liga-desliga, os conectores para antenas e a conexão com a rede elétrica. São compostos por:

- Antena (s): uma ou mais antenas podem ser conectadas ao equipamento. Geralmente é utilizada uma antena para cada faixa de freqüência que se deseja bloquear.

- Circuito eletrônico: Um VCO (voltage-controlled oscillator) gera um sinal de rádio que irá interferir na freqüência celular. Um circuito de sintonia controla esta freqüência para que ela seja gerada apenas em faixas especificadas, evitando que o ruído se espalhe por outras bandas não desejadas. Um gerador de ruído aleatório modula a freqüência gerada, embaralhando todo o sinal recebido pelo celular. Por fim, um estágio de potência amplifica o sinal até o valor nominal especificado no bloqueador. Circuitos de controle deste estágio podem permitir a escolha da área de cobertura do bloqueador através do controle da potência irradiada.

- Fonte de alimentação: conectada à rede elétrica, geralmente tem uma bateria interna, carregada automaticamente por um circuito de segurança que manterá o funcionamento em caso de falta de energia.

Não há necessidade de gerar ruído em todo o espectro de freqüência do sistema celular, poluindo o ambiente o mínimo possível. Basta que o ruído esteja na mesma freqüência dos canais de controle transmitidos pelas estações celulares. Com isto os telefones celulares não conseguirão “ouvir” as mensagens enviadas pelas estações, e a comunicação não se estabelecerá.

Cada tecnologia celular possui canais de controle diferentes. O bloqueador deve atuar em faixas de freqüências diferentes para cada tecnologia, com larguras de ruído irradiado diferentes, como é visto na tabela 3.


Tabela 3 - Ruídos necessários para bloquear cada tecnologia celular.

A potência com que este ruído será transmitido pelo equipamento determinará o raio de alcance de bloqueio. Potências maiores farão com que grandes áreas fiquem bloqueadas. Potências menores são indicadas para ambientes menores.

O tipo de antena conectado à saída do equipamento também afeta a área de bloqueio. Antenas do tipo omni-direcional irradiam sinal em todas as direções. Devem ser instaladas no centro da área que se deseja bloquear. Deste modo o ruído se propagará em todas as direções, como pode ser visto na figura 3.


Figura 3 - Funcionamento de um bloqueador com antena omni-direcional.

Já antenas diretivas irradiam sinal apenas na direção onde são apontadas. Para cobrir uma grande área retangular, por exemplo, quatro antenas diretivas instaladas em cada canto farão perfeitamente o bloqueio, como pode ser visto na figura 4.


Figura 4 - Funcionamento de um bloqueador com antenas diretiva.

3.Áreas de cobertura no Brasil

3.1.Faixas de freqüência

De acordo com a resolução no 376 da ANATEL, as faixas de freqüências em que as estações celulares podem transmitir foram divididas em bandas. No Brasil temos 4 bandas, com larguras definidas, e algumas faixas de extensão, que foram licenciadas para as operadoras que não tinham concessão de uso das bandas A e B. A tabela 3 mostra as bandas, faixas de freqüência e largura de cada uma.

3.2.Concessão de licenças

Para fazer a concessão das licenças de uso da telefonia celular, a ANATEL fez a divisão do Brasil em regiões chamadas de SMP (Serviço Móvel Pessoal). Cada uma destas regiões teve subdivisões, pertinentes a quantidade de usuários. Estas subdivisões são conhecidas como área de cobertura SMC (Serviço Móvel Celular). O SMP tem 3 divisões e o SMC tem 10 divisões, como pode ser visto na figura 5.


Figura 5 - Divisão das regiões SMP e SMC no Brasil.

A cada uma destas áreas coube o atendimento por uma operadora, que utiliza determinada tecnologia, como pode ser visto na tabela 4.


Tabela 4 - Operadoras em cada área do Brasil

Existem ainda os casos especiais, de operadoras que não se encaixam no SMP ou SMC, como é mostrado na tabela 5.


Tabela 5 - Casos especiais de concessão de operação celalar.

4.Conclusão

Impedir que os aparelhos celulares se comuniquem com as estações, por meio de bloqueadores, é fácil. Não há a necessidade de “sujar” todo o espectro de freqüência, irradiando sinais apenas nos canais específicos de controle de cada tecnologia.

O custo destes aparelhos varia entre U$ 200,00 e U$ 2000,00. Esta grande variação é causada pela potência de transmissão de cada bloqueador, o que implica diretamente na área que cada um consegue bloquear.

Em várias partes do mundo, o uso de bloqueadores precisa de uma licença especial dos órgãos de comunicação do Governo para poderem ser instalados. No Brasil, as primeiras iniciativas neste sentido vêm sendo tomadas recentemente.

Algumas empresas nacionais já fabricam estes equipamentos com baixa potência, possibilitando o bloqueio em pequenas áreas.

(*Artigo publicado originalmente na revista Saber Eletrônica - ano 42 - N° 402 - Julho/2006)

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Telefônica faz projeto piloto com WiMAX 2,5GHz em SP


A partir desta sexta-feira, 24/10, a Telefônica, que obteve autorização da Anatel para fazer um projeto piloto com WiMAX em 2,5GHz ( licença MMDS da TVA), começa a testar a tecnologia em dois bairros da cidade de São Paulo. A Motorola e a Intel são parceiras.

O projeto prevê a oferta de banda larga com velocidade de 2 Mbps para o upload e 600 Kbps para o download. O piloto será realizado nas regiões de Pinheiros e dos Jardins e envolverá 150 clientes.

O projeto-piloto terá duração de três meses, podendo ser prorrogado por mais três, de acordo com os resultados. Utilizando a freqüência de 2,5 GHZ, o serviço testado disponibilizará acesso à internet via banda larga – com velocidade de 2 Mbps para download e 600Kbps para upload – a partir do sinal enviado por três estações rádio base (ERBs) montadas na região, nas ruas Butantã, dos Pinheiros e Bela Cintra.

O serviço funcionará a partir da instalação de um modem WiMAX – conectado apenas à tomada elétrica – que recebe o sinal e redistribui para o computador do cliente.

Sua principal vantagem é possibilitar oferta de banda larga em locais de difícil acesso ou nos quais a utilização de rede de cabos ou fibras óticas não é viável. A Telefônica tem testes semelhantes previstos para acontecer no Rio de Janeiro, Curitiba e Porto Alegre.

Toda a rede utilizada pelo projeto com a Telefônica foi construída com base na tecnologia WiMAX, da Motorola, em 2,5GHz. A plataforma atuará de forma fixa, apesar de também poder funcionar de maneira móvel, dependendo apenas da regulamentação da Anatel. Dentre os diversos componentes estão as rádio base WAP400, certificadas pelo WiMAX Forum Wave Two Certified.

A solução, destaca a Telefônica, incorpora inúmeras vantagens tecnológicas, tais como MIMO A e B, que permitem o uso simultâneo de duas antenas, aumentando a cobertura das células WIMAX, e até dobrando a taxa de dados para o usuário.

O equipamento conta com cabeças de RF remotas com conexão por fibra ótica e backhaul em IP. Seu consumo de energia é baixíssimo e, ainda, ocupa pouco espaço. A rede também será composta por terminais CPEi150 e CPEi750, ambos pertencentes à terceira geração de dispositivos WiMAX para usuários.

Os produtos são capazes de fornecer grande volume de dados mensais, com instalação simples que pode ser realizada pelo próprio consumidor. Além destas características, o CPEi 750 ainda possui duas portas de telefonia, o que torna possível uma oferta integrada de dados e voz fixa sem fio.

A participação da Intel está ligada à oferta do módulo Wi-Fi/WiMAX integrado para notebooks. A companhia, grande incentivadora da tecnologia no mundo, já anunciou que lançará no primeiro semestre de 2009, o primeiro módulo Wi-Fi/WiMAX integrado da indústria, que será oferecido como um opcional nos notebooks equipados com a tecnologia Intel® de processador Centrino®2. A autorização para o piloto em São Paulo foi concedida pela Anatel no início desta semana.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Todos os computadores do TCE funcionam com software livre

Todos os computadores do Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul processam com software livre BrOffice.org. O chefe da Assessoria de Informática do TCE, Luis Manoel Moreira, explica que o software livre tem muitas vantagens sobre os programas convencionais oferecidos no mercado.

De acordo com Moreira, o uso de software livre é indicado pelo governo federal e está embasado na lei estadual nº 2.649, de 11 julho de 2003, que estimula a utilização de programas abertos, livres de restrições proprietárias quanto à sua cessão, alteração e distribuição em equipamentos de informática e sistemas na Administração Pública Direta e Indireta, as Autarquias, as Fundações Públicas e Empresas Públicas.

Por ser um software de código aberto, o BrOffice.org pertence a uma categoria de softwares com uma dinâmica diferenciada de mercado, que prioriza os serviços e a criação de conhecimento em vez da venda de licenciamento do software. O usuário tem a possibilidade de copiar, instalar e distribuir livremente o BrOffice.org, ou seja, basta fazer o download e instalá-lo, sem que seja necessário adquirir uma licença para isso.

Pela sua vantajosa relação custo-benefício, o OpenOffice.org é a melhor alternativa para as organizações que querem ampliar o seu parque tecnológico mantendo a qualidade dos recursos computacionais e direcionando os investimentos de forma inteligente.

Moreira citou como pontos fortes do BrOffice.org a interface familiar; a possibilidade de utilizá-lo em diversos sistemas operacionais (Windows, GNU/Linux e FreeBSD); a compatibilidade com formatos de arquivo de outros pacotes, como o Microsoft Office e o amplo leque de funcionalidades disponíveis.

Robô humanóide Asimo apresenta carro no Salão do Automóvel de SP


O robô Asimo (Advanced Step in Innovative Mobility, na sigla em inglês), de propriedade da Honda, visitará o Brasil pela segunda vez para apresentar o novo modelo da marca, o New Fit 2009. O humanóide poderá ser visto entre os dias 30 de outubro e 9 de novembro no Salão Internacional do Automóvel de São Paulo, no Centro de Convenções do Anhembi.

Criado em 2001, o Asimo mede 1,30 metro, pesa 54 quilos e desempenha funções de recepcionista em escritórios da empresa Honda. Ele é um dos mais avançados no gênero e já regeu até orquestra nos Estados Unidos.

Em maio deste ano, o robô regeu a orquestra sinfônica de Detroit em uma versão de "L'impossible rêve". Asimo deixou o palco aplaudido por músicos e amantes da música.

"É fascinante de ver. A tecnologia é surpreendente. Fiquei impressionado de ver como sua atitude era natural quando ele apareceu e quanto ele estava imóvel", disse na época o trombonista Randall Hawes, há 22 anos músico da orquestra.

Recentemente, o robô ganhou uma nova capacidade e passou a entender o que até três pessoas dizem ao mesmo tempo. Com o uso de microfones e um software que "filtra" as mensagens, o robô consegue entender frases simples e um número limitado de palavras.

Índia lança sua primeira missão não tripulada à Lua


NOVA DÉLHI - A Índia lançou nesta quarta-feira, 21, sua primeira missão não tripulada para a Lua, seguindo os passos de seu rival asiático, a China. A sonda Chandrayaan-1, uma nave espacial com forma de cubo construída pela Organização de Investigação Espacial da Índia (ISRO, sigla em inglês) decolou do centro espacial no sul do país pouco depois do amanhecer.

A sonda vai se juntar a naves japonesas e chinesas que já estão em órbita lunar, e realizará uma missão de dois anos para mapear por completo a superfície do satélite. Chandrayaan significa "nave lunar" em sânscrito.

À medida que a economia indiana cresceu nos últimos anos, o país tem buscado converter a riqueza - erguida sobre o setor de alta tecnologia - em poderio político e militar para firmar-se como líder mundial.

O governo indiano espera que a missão lunar, realizada poucos meses depois de o país ter sido reconhecido como potência nuclear pelos EUA, ajude a alimentar esse status.

"Trata-se de um notável feito tecnológico para o país", disse S. Satish, porta-voz da Organização Indiana de Pesquisa Espacial (Isro).

Até hoje, apenas EUA, Rússia, a Agência Espacial Européia (ESA), Japão e China enviaram missões à Lua.

Nos últimos anos, a Ásia assumiu a dianteira na exploração da Lua. Em outubro do ano passado, o Japão enviou a sonda Kaguya. Um mês depois, a nave chinesa Chang'e-1 atingiu órbita lunar. A China, em especial, vem abrindo caminho no espaço. Pequim causou sensação em 2003, ao se tornar o primeiro país do Oriente a pôr astronautas em órbita da Terra. No mês passado, chineses realizaram a primeira caminhada espacial do país.

O líder da agência espacial indiana acredita que seu país logo conseguirá alcançar a China. "na comparação com a China, estamos melhor em muitas áreas", disse G. Madhavan Nair, em entrevista a uma revista chinesa, citando as capacidades de lançamento de carga e comunicação. A Índia parece estar atrás, disse ele, porque não pôs foco em missões tripuladas. "Mas, com o financiamento e as autorizações necessárias, poderemos alcançar rapidamente nosso vizinho nessa área".

A missão não é motivada a penas por prestígio e rivalidade. Analistas dizem que a Índia está colhendo importantes recompensas da tecnologia desenvolvida.

"Cada país faz o que faz para estimular a tecnologia de pesquisa pelo bem da nação", disse o analista Charles Vick, do centro de estudos GlobalSecurity.org. "Tradicionalmente, cada dólar investido no espaço traz muitos mais de volta".

A missão indiana também envolve cooperação internacional: dos 11 instrumentos a bordo da sonda, cinco são indianos, três da ESA, dois dos EUA e um , da Bulgária.

Entre os objetivos da missão de US$ 80 milhões está o mapeamento da Lua, em busca de depósitos minerais no subsolo e o teste de sistemas para um possível futuro pouso no astro, diz a Isro.

A Índia planeja seguir a missão com o pouso de um robô sobre rodas em 2011 e, finalmente, com o envio de astronautas, embora essa fase do programa ainda não tenha sido aprovada.

Vick acredita que o envio de astronautas é inevitável. "Onde o não-tripulado vai, o ser humano inevitavelmente segue", disse ele.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Transistores que funcionam com um único elétron derrubam consumo de equipamentos


Os circuitos eletrônicos, do controle remoto da sua TV até o processador do seu computador, funcionam graças ao controle preciso do fluxo dos elétrons - é por isso que eles são "eletrônicos." Mais precisamente, eles funcionam graças ao controle preciso do fluxo de bilhões de elétrons de cada vez.

E que tal se fosse possível construir circuitos nos quais cada operação pudesse ser feita por um único elétron? Além da extrema miniaturização, seria possível construir circuitos eletrônicos com um consumo de energia tão pequeno que uma bateria de lítio seria capaz de alimentá-los não por horas, mas por meses e até anos.

Transistores de elétron único

Os cientistas já conseguiram construir transistores de elétron único.

O problema é que esses transistores somente haviam sido demonstrados em escala de laboratório e ainda não havia um meio de levá-los para a linha de produção, para que pudessem ser fabricados em escala industrial.

Escala industrial

Agora, pesquisadores da Universidade do Texas, nos Estados Unidos, desenvolveram um processo que permite que componentes de elétron único sejam fabricados com a mesma tecnologia hoje utilizada para a fabricação dos chips, a chamada técnica CMOS.

De uma única vez, os pesquisadores resolveram os três problemas básicos que impediam a utilização prática desses componentes de alta eficiência e baixíssimo consumo de energia. Com a nova técnica, os transistores de elétron único podem ser fabricados com os mesmos processos e equipamentos hoje utilizados pela indústria eletrônica, podem ser montados de forma paralela, e podem ser construídos em grandes quantidades ao mesmo tempo.

Os novos componentes eletrônicos mostraram-se totalmente funcionais em temperatura ambiente, o que deverá facilitar sua adoção pela indústria.

(Redação do Site Inovação Tecnológica
15/10/2008)

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Seu computador já migrou para o horário de verão? Veja como ajustá-lo para a hora certa

Na noite deste sábado, muitos computadores já ajustaram o relógio para o horário de verão automaticamente.

Isso significa que o computador se adiantou uma semana e a hora exibida está errada, o que pode prejudicar a sua produtividade.

Para mudar, clique sobre a hora duas vezes, coloque a hora correta (uma hora a menos).

Depois, vá até a aba Fuso horário e deixe a opção “Ajustar automaticamente o relógio para o horário de verão” sem selecionar.

Pronto. Não esqueça que, quando o horário de verão chegar, na madrugada do sábado para o domingo (19/10), você terá de mudar a hora novamente.

Quando isso acontece em uma empresa, é melhor contatar o administrador de rede, porque provavelmente o ajuste de data e hora estará bloqueado.


quinta-feira, 9 de outubro de 2008

França conhecerá aplicação de TV digital brasileira


Aplicação desenvolvida pelo Centro de Tecnologia da Informação e Comunicação do Estado do Rio de Janeiro - Proderj - será apresentada no Open World Fórum, nos dias 01 e 02 de dezembro, em Paris, na França. O evento será dedicado a discutir os benefícios e vantagens que se tem quando instituições e o setor público adotam as tecnologias de código aberto.

Os franceses também irão conhecer o middleware Ginga, solução em software livre desenvolvida pela PUC-Rio responsável por agregar interatividade aos programas veiculados na TV Digital. O convite foi feito pela prefeitura parisiense e transmitido pela embaixatriz Ana Amorim.

"Queremos mostrar ao mundo o diferencial do middleware brasileiro comparado com outras soluções internacionais. Apesar do Sistema Brasileiro de TV Digital – SBTVD - ter sido inspirado no modelo japonês, o middleware Ginga possui uma identidade e características, particularmente, brasileiras, com forte ênfase na facilidade em agregar interatividade", destacou o presidente do Proderj, Paulo Coelho.

No evento será mostrada a aplicação desenvolvida pelo Proderj,em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde, a PUC-Rio e a empresa TQTVD. Ela veicula informações relativas à prevenção de doenças, como a dengue e os serviços disponíveis nas Unidades de Pronto Atendimento(UPAs).

Na aplicação para TV Digital, é mostrado através da interatividade como se prevenir da doença, quais os sintomas de dengue hemorrágica, locais para doação de sangue, entre outras informações. Além disso, com a inclusão de uma janela de pesquisa, o telespectador fica sabendo como chegar, o endereço e o telefone das UPAs.

A oportunidade, destaca ainda Paulo Coelho, servirá para mostrar que o Brasil e, em especial, o Rio de Janeiro vem desenvolvendo na área de software livre e o ineditismo de ações como a pioneira aplicação para TV Digital.

(http://www.convergenciadigital.com.br)

Japão dá a largada para maior feira de games do planeta


A maior feira de videogames do mundo, Tokyo Game Show, começou nesta quinta-feira no Japão com 879 novos produtos e um desafio: conseguir que cada membro de uma família tenha um videogame.

Além de produtos conhecidos, os visitantes podem testar quase 900 novos jogos, bem mais que os 702 da edição passada e que marcaram o recorde histórico de lançamentos.

Desde as primeiras horas da manhã, filas de profissionais do setor, torcedores, jornalistas e fanáticos por videogames e histórias em quadrinhos --conhecidos no Japão como Otakus-- formaram-se nos acessos do centro de conferências Makuhari Messe, em Chiba (leste de Tóquio).

Todos queriam ser os primeiros a descobrir e a testar os novos lançamentos de marcas como Nintendo, Microsoft e Sony, e a andar pelos 210 mil metros quadrados que, durante quatro dias, serão o paraíso para os amantes de videogames. A previsão de público fica entre 180 mil e 200 mil visitantes, de acordo com a organização. Mais de 200 expositores participam no evento, entre eles cerca de 90 empresas estrangeiras.

Mercado

O mercado global de videogames gerou aproximadamente US$ 6,7 bilhões durante o ano fiscal de 2007, encerrado em março deste ano. Trata-se de um crescimento de 60% desde 2003. No entanto, as vendas destes aparelhos se desaceleraram durante a primeira metade do ano fiscal de 2008 e registraram uma queda de 21% em relação aos primeiros seis meses do mesmo período em 2007.

Nem com o fanatismo de seus fãs, os gigantes dos videogames estão imunes à crise financeira.

Por isso, fabricantes japoneses como Sony e Nintendo tentam manter a expectativa e a demanda de seus consumidores com o quase contínuo e simultâneo lançamento de novos e sofisticados produtos.

A Nintendo lançará no Japão em 1º de novembro seu novo videogame portátil DSi, equipado com câmara e reprodutor de áudio, por US$ 179, enquanto sua concorrente Sony apresentará este mês o novo PlayStation Portable 3000 (PSP-3000), com tela de LCD e microfone integrado, por pouco menos de US$ 200.

O sucesso destes dispositivos portáteis é fundamental para a nova estratégia dos gigantes dos videogames, que desejam ampliar o mercado de consumidores até conseguir que cada membro da família tenha seu próprio aparelho.


quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Google completa 10 anos: veja um breve histórico da empresa

Eu ainda lembro dos mecanismos de busca que usava tão logo comecei a ser um usuário da internet. Para assuntos em português, preferia o Miner, que posteriormente foi comprado pela UOL e depois caiu no esquecimento. Para conteúdo em inglês, usava o Ask Jeeves e o AltaVista.

Quando não conseguia encontrar o que queria, utilizava outros serviços, até que, por dica de não me lembro quem, acessei um tal de Google. “Não presta”, logo pensei, ao observar as cores do logotipo e o layout exageradamente simples. Bom, já que eu estava lá, testei.

A partir desse dia, o Google passou a ser o meu sistema de busca preferido. Aos poucos, fui deixando o Miner de lado e indicando o Google a amigos e colegas que ficavam tão perdidos na internet quanto eu.

Só não fazia idéia de que, pouco tempo depois, o Google se tornaria uma das principais empresas da internet. Seu serviço de busca logo ficou popular e derrubou a preferência que a maioria das pessoas tinha pelos mecanismos concorrentes. Como se não bastasse, o Google começou a trabalhar em outros segmentos. Em meados de 2004, por exemplo, um tal de Gmail se tornou o assunto do momento, pois oferecia um e-mail com a incrível capacidade de 1 GB para armazenamento de mensagens. E de graça! Até então, para utilizar e-mails com generosas capacidades de 5, 10, 12 MB (isso mesmo, megabytes), tínhamos que pagar.

O problema do Gmail era a necessidade de ganhar um convite para utilizá-lo. Coisa rara, tanto que muita gente chegou a vender convites em sites como o eBay. Eu tive sorte. Consegui o convite graças à generosidade de um jornalista - pasme - no Orkut. Entre meu círculo de amizades na internet, fui um dos primeiros a ter acesso ao Gmail, e fiquei espantado com o que vi. Hoje, essa conta de e-mail é a mais importante que eu tenho.

E, logo em seguida, veio serviços como o fantástico Google Earth, o Google Calendar e tantos outros. Como uma empresa pode fazer coisas tão incríveis assim? Com essa pergunta na cabeça, comecei a pesquisar mais pela história do Google. Além de documentos on-line, consultei dois livros que me foram essenciais para compreender o universo desse fenômeno: A Busca, de John Battelle; e Google: A História do Negócio de Mídia e Tecnologia de Maior Sucesso dos Nossos Tempos, de David Vise e Mark Malseed. Essas obras são leituras recomendadas para quem deseja entender melhor o sucesso do Google.

Eu não vou conseguir explicar a história da empresa criada por Larry Page e Sergey Brin aqui (os livros mencionados acima o fazem muito bem, especialmente o segundo), mas mostro a seguir um resumo dos principais acontecimentos em relação ao Google até os dias de hoje:

Setembro de 1998: o Google é fundado oficialmente e tinha apenas 3 funcionários: os fundadores Larry Page e Sergey Brin, além de Craig Silverstein (hoje, a companhia tem quase 20 mil funcionários). A sede da empresa era uma garagem;

Junho de 1999: o Google recebe seu primeiro grande investimento (além dos 100 mil dólares iniciais na época da abertura da empresa), um aporte de 25 milhões de dólares de investidores de risco;

Março de 2000: lançado o Google Directory, um diretório de links que é tido como um dos primeiros serviços do Google além do sistema de busca;

Junho de 2000: o Google fecha um acordo - veja só! - com o Yahoo! e este passa a indexar seus resultados de busca. Como as páginas de resultado muitas vezes exibiam um pequeno logotipo do Google, o canal de busca do Yahoo! acabou servindo de meio para tornar a empresa de Sergey Brin e Larry Page mais conhecida. Imagino eu que, depois disso, o Yahoo! tenha começado a investir seriamente em pesquisas para o desenvolvimento de uma máquina do tempo;

Outubro de 2000:
no início, o Google pretendia gerar receita licenciando sua tecnologia de busca, tal como fez com o Yahoo!, mas a idéia não se mostrou promissora. Relutando em exibir banners e outros tipos semelhantes de publicidade no Google, os fundadores da empresa acabaram buscando uma forma diferente e não invasiva de exibir anúncios. A solução encontrada é o que conhecemos hoje como Google AdWords;

Fevereiro de 2001: o Google compra uma empresa chamada Deja News, cuja tecnologia foi incorporada ao serviço que hoje nos é apresentada como Google Groups;

Junho de 2001: o Google lança um buscador de imagens, que é anexado ao seu serviço de busca contextual;

Agosto de 2001: Eric Schmidt, que até então trabalhava com CEO da Novell, assume o cargo de diretor executivo do Google. Page e Brin tiveram certa relutância em disponibilizar esse cargo, mas o “aconselhamento” de investidores serviu de base para a decisão. Hoje, Schmidt, Page e Brin são os nomes mais importantes do Google;

Setembro de 2002: surge o Google News, serviço que agrega de maneira automatizada links para notícias do mundo inteiro. Apesar de não ser muito popular, é considerado indispensável por quem o utiliza regularmente, inclusive por este que vos escreve;

Fevereiro de 2003:
o Google comprar o Blogger, até hoje, um dos serviços de blogs mais utilizados do mundo;

Junho de 2003: o Google anuncia o serviço AdSense, que exibe anúncios publicitários em sites de uma rede de parceiros. Além de elevar a receita da empresa, o Google AdSense serviu para alavancar as finanças de uma infinidade de sites no mundo inteiro;

Janeiro de 2004: o Google lança o Orkut, a rede social que virou febre no Brasil, mas que, tempos depois, se mostrou um fracasso em outras partes do mundo;

Abril de 2004: o Google lança oficialmente o Gmail, seu revolucionário serviço de e-mail como 1 GB de capacidade. No início, era necessário ter convite para criar uma conta, fato esse que atiçou a curiosidade de muitas pessoas;

Agosto de 2004: o Google - finalmente - lança ações na Bolsa. O custo inicial de seus papéis era de 85 dólares. Hoje, cada ação tem valor próximo a 450 dólares;

Fevereiro de 2005: o Google anuncia o serviço Google Maps, baseado em tecnologia da empresa Where2, comprada no ano anterior;

Maio de 2005:
nasce o programa que permite a qualquer pessoa ver o mundo na tela de seu computador: o Google Earth. Essa incrível ferramenta é, na verdade, oriunda da Keyhole, empresa comprada pelo Google em 2004;

Agosto de 2005: é disponibilizada a primeira versão do comunicador instantâneo Google Talk. O serviço não se torna muito popular, mas consegue uma boa base de utilizadores ao ser adicionado à interface do Gmail;

Setembro de 2005: Vinton G. Cert, tido como o “pai da internet”, passa a fazer parte do alto escalão do Google;

Janeiro de 2006: o Google se envolve no que se tornou uma de suas maiores polêmicas: a aceitação de condições de censura impostas pelo governo chinês em sua atuação na China;

Março de 2006: o Google compra o Writely, editor de textos on-line que, após várias mudanças, deu origem ao Google Docs;

Outubro de 2006: o Google compra o YouTube, um negócio que envolveu o incrível valor de 1,65 bilhão de dólares;

Abril de 2007: em um negócio envolvendo 3,1 bilhões de dólares, o Google anuncia a compra da DoubleClick, notícia que afetou os ânimos da Microsoft;

Novembro de 2007:
o Google anuncia oficialmente o projeto Android, uma plataforma para dispositivos portáteis que está sendo desenvolvida de forma colaborativa com outras empresas e desenvolvedores;

Maio de 2008:
o Google lança o Google Health, serviço até certo ponto polêmico e que se propõe a servir de base de informações médicas para seus usuários;

Junho de 2008: o Google fecha um surpreendente acordo com o Yahoo! para exibir publicidade contextual nas páginas de resultados de busca deste último. A iniciativa é vista como uma manobra do Google para dificultar a tentativa da Microsoft de adquirir o Yahoo!;

Julho de 2008: no que, para muitos, parece ser uma tentativa de disputar espaço com a Wikipedia, o Google abre acesso ao serviço Knol, onde o próprio usuário gera o conteúdo;

Setembro de 2008: o Google entra para a briga dos navegadores de internet ao lançar o browser de código aberto Chrome.

Certamente faltam itens nesse resumo e, se você se lembrar de algo importante que não foi citado aqui, te convido a inserir uma nota nos comentários :)

Essa “linha do tempo” serve para deixar claro que o Google tem motivos de sobra para comemorar os seus 10 anos de existência. A empresa foi criada oficialmente em 07/09/1998, mas costuma comemorar seu aniversário durante todo o mês de setembro e, pelo menos nos últimos anos, exibiu um logotipo comemorativo no dia 27 do referido mês. Mas, o que importa é que foram 10 anos intensos e de expressiva importância para a internet. Sim, porque embora pareça exagero, hoje já não é possível falar de internet sem falar do Google. Apesar de a empresa ser vez ou outra sondada por questões referentes à privacidade dos usuários e da dependência de seus serviços, não dá para negar que os rumos da internet seriam outros sem a sua atuação.

O que muita gente se pergunta agora é como serão os 10 próximos anos do Google. Será que a empresa sustentará a imagem que tanto causa admiração? Será que manterá o seu ritmo de crescimento? Será que continuará sendo a maior no que se refere às buscas na internet? Será que gerará receita com serviços atualmente não rentáveis, como o YouTube? Será que permanecerá atiçando a ira da Microsoft? Será que dominará o mundo? :D

Não sei e duvido muito que alguém saiba. Como a própria história da empresa indica, em 10 anos muita coisa pode acontecer. Porém, o Google se tornou o que é hoje por não esquentar a cabeça com essa coisa de futuro e por encarar cada desafio com ares de diversão. Isso significa que a única coisa que pode frear o Google é o próprio Google.

Parabéns à empresa e que os próximos 10 anos sejam tão impressionantes quanto os 10 primeiros :)

(Emerson Alecrim - http://www.infowester.com/blog/)